A violência contra as mulheres é quotidiana e omnipresente. É uma violência sistemática, que perpetua o sistema e resulta de uma sociedade patriarcal — também na Suíça. Entre 25 de novembro e 10 de dezembro, no âmbito do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, decorreu uma campanha para sensibilizar e mobilizar a sociedade.
A violência contra as mulheres é quotidiana e omnipresente. É sistemática, perpetua o sistema e resulta de uma sociedade patriarcal — também na Suíça. De acordo com as estatísticas, no país, a cada duas semanas, uma mulher é morta pelo marido, companheiro, ex-parceiro, irmão ou filho.As vítimas sofrem violência porque se identificam exclusiva ou parcialmente como mulheres, porque são ou foram vistas como raparigas ou mulheres, ou porque foram socializadas como tal. Todas têm algo em comum: são alvo de violência devido ao género ou às conceções de género. Esta violência é simultaneamente consequência e garantia das relações de poder desiguais entre os géneros. O assédio sexual é também parte integrante desta realidade.
Considera-se assédio sexual qualquer comportamento com conotação sexual ou baseado na identidade de género que seja indesejado e prejudique a dignidade de mulheres ou homens — e que qualquer pessoa saiba, ou deva saber, que é indesejado. O assédio sexual pode ocorrer através de palavras, imagens, gestos ou ações: comentários obscenos, piadas e frases sexistas, observações sobre atributos físicos ou fraquezas, e-mails e mensagens sobre comportamento ou orientação sexual, olhares intrusivos e avaliadores, exibição de material pornográfico, solicitações ambíguas, tentativas de aproximação associadas à promessa de vantagens ou ameaças (coação, chantagem), contactos físicos intrusivos (agressões sexuais), violação e muito mais. Esta lista não é exaustiva.
A Lei Federal sobre a Igualdade entre Mulheres e Homens (GlG) define o assédio sexual no local de trabalho como discriminação: quem assedia sexualmente outra pessoa no trabalho viola a lei. As consequências são graves: desmotivam as vítimas, comprometem a sua saúde mental e física e prejudicam o ambiente laboral.Por isso, as empresas têm uma responsabilidade clara. A lei exige que garantam que todos — funcionários e gestores — saibam que o assédio sexual não será tolerado. Apoiem as vítimas e intervenham.Contribua para combater o assédio sexual: se perceber que um colega está a assediar alguém, aborde a situação. Diga claramente que esse comportamento é indesejado e, portanto, proibido.
Está a sofrer assédio sexual? Procure ajuda. Em www.belaestig.ch encontrará aconselhamento especializado.
Quer avançar judicialmente? Procure aconselhamento — por exemplo, junto de um organismo especializado como o sindicato Unia. A proteção jurídica está incluída na nossa filiação. Em muitos casos, faz sentido tentar resolver o conflito por outras vias. Mas, se mesmo assim um membro decidir recorrer à justiça, nós estaremos ao seu lado acompanhando o processo
https://unia.ch/de/ratgeber/sexuelle-belaestigung#c55852
Kasten
O Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, assinalado a 25 de novembro, tem origem no assassinato das três irmãs Mirabal, em 1960, na República Dominicana, por se terem rebelado contra a ditadura de Rafael Trujillo. Patria, Minerva e Maria Teresa foram brutalmente mortas após meses de tortura pelos serviços secretos do regime.Em 1981, numa reunião de feministas latino-americanas, o dia 25 de novembro foi escolhido como data de memória das vítimas da violência contra mulheres e meninas. Em 1999, a ONU reconheceu oficialmente a data para alertar sobre a violência de género e lançou a campanha “16 Dias de Ativismo contra a Violência” (de 25 de novembro a 10 de dezembro), que termina no Dia dos Direitos Humanos.