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Seminário para sócios ativistas de língua portuguesa

Seminário sindical junta membros de várias regiões e debate temas cruciais da atualidade

 

O mais importante da política, da sociedade e sobre a migração.

Editorial

A pobreza não é um crime – é uma falha estrutural

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“Os salários não têm necessariamente de ser suficientes para viver”, afirmou recentemente o presidente da associação patronal. Para sobreviver, diz ele, existe a assistência social. A indignação perante tal afirmação é mais do que justificada – mas está longe de ser nova. Repetidamente, representantes dos empregadores voltam a repetir esta posição cínica. E, ao mesmo tempo, são precisamente eles que contribuem para a estigmatização das pessoas que dependem da assistência social. São os seus representantes políticos que fazem passar leis que penalizam quem não tem passaporte suíço por recorrer à assistência social. Migrantes que enfrentam dificuldades correm o risco de ser rotulados como “não integrados”, de ver o seu estatuto de residência ameaçado – ou mesmo de serem expulsos do país. Isto não é apenas hipócrita: é irrealista e profundamente insolidário.

Este debate mostra com clareza: a pobreza não é um fracasso individual. É um problema estrutural – causado, em parte, por uma economia que assenta em salários baixos e condições de trabalho precárias. Estes salários afetam sobretudo mulheres, migrantes e pessoas empregadas em setores como a restauração, a limpeza ou o comércio a retalho. Trabalhadoras e trabalhadores que se esforçam diariamente, em empregos mal pagos e instáveis, mas que ainda assim mal conseguem sustentar as suas famílias ou participar plenamente na vida social. Os sindicatos lutam há décadas por salários justos e por salários mínimos que garantam uma vida digna. Em alguns cantões, esses mínimos foram conquistados – apesar da feroz oposição dos partidos conservadores e das associações patronais. Agora, uma moção já aprovada pelo Conselho Nacional ameaça fazer recuar esses progressos: uma proposta de lei que enfraquece os salários mínimos e coloca ainda mais pressão sobre os rendimentos de quem trabalha. Se o Conselho dos Estados também a aprovar, muitas pessoas serão diretamente afetadas. Temos de resistir juntos. Porque a dignidade também começa no salário.

A redação da Horizonte acompanha-vos também nas férias – no telemóvel, tablet ou computador. Obrigado por lerem, partilharem e divulgarem os nossos artigos, conselhos e entrevistas. Desejamos-vos um verão relaxante, inspirador – e, acima de tudo, longo.

Hilmi Gashi
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