Jovens no Castelo de Bellinzona seguram uma faixa por tolerância e solidariedade..
Com a sua ação, a juventude do Unia manifesta-se por tolerância e solidariedade. Foto: Darija Knežević
Política
É necessário melhor proteção para aprendizes

Juventude sindical critica pressão e stress na aprendizagem

- Hilmi Gashi

Durante a Conferência do grupo de juventude do Unia, realizada no início de junho em Bellinzona, mais de 50 jovens sócios discutiram o resultado de um inquérito feito a aprendizes, bem como os desafios com que os jovens são confrontados na sua vida profissional. Com uma ação antifascista manifestaram claramente que o Unia se empenha por tolerância e solidariedade entre todas as pessoas.

No outono de 2023, o Unia lançou um inquérito a aprendizes. O objetivo era conhecer melhor a situação profissional destes jovens e a sua opinião relativamente à qualidade da aprendizagem, ao tempo de trabalho, ao salário, à saúde e a experiências de discriminação. O inquérito suscitou grande interesse: 1100 aprendizes participaram nele. Na Conferência da juventude de junho deste ano, as delegadas e os delegados discutiram os resultados do inquérito e estratégias para melhorar a situação profissional de jovens e de aprendizes.

Aprendizes sujeitos a grande pressão

O inquérito do Unia mostra que os aprendizes na Suíça estão sujeitos a grande pressão e se sentem esgotados, o que põe em causa a sua saúde física e psíquica. O stress não só tem consequências para a sua vida profissional, mas também privada, levando a depressões, estados de ansiedade e esgotamentos. Além disso, aumenta o risco de acidentes de trabalho.

Racismo, exploração e bullying

Algumas respostas dos aprendizes são alarmantes. Elas falam de racismo, enorme pressão e bullying. Uma aprendiz descreve a situação da seguinte forma: "Os comentários racistas estão na ordem do dia. Normalmente tentamos ignorá-los, mas eles acabam por nos desgastar psicologicamente". Outra resposta do inquérito revela: "São-nos impostas tarefas que não têm nada a ver com a nossa formação, o que é desmotivante".

Estas afirmações mostram como a situação é preocupante. "Os aprendizes têm de ser mais bem protegidos, todos concordamos com isso. Eles e elas necessitam de mais férias e tempo livre, proteção contra todo o tipo de discriminações e de assédio. Exigimos, por isso, um maior controlo das empresas que formam aprendizes", sublinha Félicia Fasel, secretária pela juventude do sindicato Unia.

No Castel Grande por tolerância e solidariedade

Numa ação espetacular, os jovens sindicalistas fixaram uma faixa nas muralhas do Castel Grande, o maior castelo de Bellinzona. Expressaram-se, desta forma, contra o ódio e a violência e por tolerância e solidariedade, tanto na Suíça como a nível internacional. São estes os valores da Unia. Juntos somos fortes!