A maioria dos eleitores rejeitou a iniciativa que visava fixar um salário mínimo cantonal. A iniciativa, lançada por uma comissão composta pelo Partido Socialista (SP), Juso e Federação dos Sindicatos, foi rejeitada por 59% dos votos. A iniciativa visava um salário mínimo de 23 francos suíços por hora. A taxa de participação foi de 42%.
O resultado é claro. A co-presidente do SP cantonal, Angela Petiti, manifestou o seu desapontamento, mas considerou o resultado um sucesso para o seu partido: “Recebemos muitas reações positivas, conseguimos desencadear uma discussão”.
No cantão de Solothurn, vários milhares de pessoas auferem um salário inferior a 4.000 francos suíços por mês. As mulheres e a população com historial de migração são particularmente afetadas pelos salários baixos, tal como muitas profissões em setores sem convenções coletivas de trabalho (CCT) de proteção. E isso tem consequências ao longo de toda a vida, visto salários baixos significarem também pensões mais reduzidas. Muitas pessoas com baixos salários necessitam de apoio do Estado social. Para os migrantes, isto significa pôr em risco o seu direito de permanência.
Como demonstrado pela experiência dos cantões do Jura, Ticino, Genebra e Neuchâtel, a introdução de um salário mínimo não afeta negativamente a quantidade de postos de trabalho disponíveis. Pelo contrário, alivia os encargos do sistema de segurança social e protege contra o dumping salarial.
O voto negativo no cantão de Solothurn representa a primeira rejeição do salário mínimo num cantão suíço de língua alemã, após vários votos positivos recentemente em cantões e cidades de língua latina e alemã. Angela Petiti não desiste: “Para mim, o salário mínimo continua a ser uma possibilidade”. À medida que cada vez mais cantões estão a introduzir um salário mínimo, Angela Petiti acredita que esta questão poderá voltar a ser pertinente no cantão de Solothurn.