Grande solidariedade: Unia e Campax apresentaram a petição ao Serviço de Migração de Solothurn. Rojda Aslan (na primeira fila, ao centro) também esteve presente. (Foto: Matthias Luggen)
Migração
Política
Petição entregue em defesa de Rojda e sua filha

A Rojda e a sua filha devem ficar!

- Marek Wieruszewski

No dia 3 de abril de 2025, membros diligentes do sindicato Unia e do movimento cívico Campax entregaram ao Departamento de Migração de Soleura uma petição com 10.665 assinaturas. O apelo é claro: Rojda e sua filha de 11 anos devem poder permanecer na Suíça. Em nome do bem-estar da criança e da sua mãe, deve-se renunciar a uma possível expulsão.

Um forte apoio da sociedade

O apoio a Rojda (38 anos), que trabalha no setor da hotelaria e restauração, e à sua filha tem sido massivo. Milhares de pessoas expressaram a sua solidariedade e exigem que o Departamento de Migração de Soleura, sob a liderança de Johanna Schwegler, conceda o direito de permanência à família. Rojda participou pessoalmente do ato simbólico de entrega, ao lado de membros do Unia e representantes do Campax, que apresentaram oficialmente as assinaturas à Chancelaria Estadual.

Um problema estrutural

Durante a ação, Hilmi Gashi, especialista em migração do Unia, e Itziar Marañón, diretora-executiva do Campax, tomaram a palavra. Ambos enfatizaram que o caso de Rojda não é isolado, mas representa um padrão de discriminação sistemática contra pessoas migrantes.
Itziar Marañón afirmou estar profundamente comovida com a história de Rojda: “Rojda e sua filha devem poder continuar a viver na Suíça.”
Para ela, o direito de permanecer é um direito humano, fundamental para uma convivência pacífica e uma democracia saudável.

Assistência social como armadilha

Hilmi Gashi questionou: “Como é possível que a assistência social se torne numa armadilha – num país tão rico como a Suíça?”
Ele explicou que, desde a reforma da Lei de Estrangeiros em 2019, o recurso à assistência social é frequentemente interpretado como sinal de má integração. Essa política abrange não só os recém-chegados, mas também pessoas que vivem na Suíça há muitos anos – ou que aqui vivem toda a sua vida.

A criança também é incluída

O mais alarmante: a filha de Rojda nasceu e cresceu na Suíça – e mesmo assim enfrenta o risco de expulsão. Tal medida pode violar a Convenção da ONU sobre os Direitos da Criança, que obriga os Estados a privilegiar o interesse superior das crianças. Vamos continuar a acompanhar o caso de Rojda e da sua filha – e iremos manter-vos informados.

(Versão revista para o Horizonte. Artigo original publicado no Jornal Work)