Imagem da conferência de imprensa relativa a aumentos salariais com a presidente do Unia, Vania Alleva, e o presidente da USS, Pierre-Yves Maillard.
Na conferância de imprensa, o Unia exigiu aumentos salariais de 2 a 2,5%
Trabalho

São necessários aumentos salariais de 2 a 2,5% para todos

- Hilmi Gashi

O custo de vida aumenta sem parar. Enquanto a produtividade dos trabalhadores e das trabalhadoras é cada vez maior, os salários há anos que ficam para trás. Nesta ronda salarial, são urgentemente necessários aumentos salariais de 2 a 2,5% para todos. Assim o afirmou a presidente do Unia, Vania Alleva, na conferência de imprensa sobre salários, realizada a 4 de setembro de 2025 pela União de Sindicatos Suíços (USS).

A economia suíça funciona de forma geral bem e 99% dos assalariados não são diretamente atingidos pelas tarifas americanas. Apesar disso, há anos que os salários ficam aquém do desenvolvimento económico. As empresas poderiam pagar melhores salários porque têm, em grande parte, uma boa situação económica. Em alguns sectores – p. ex. o bancário ou de transportes –, os sindicatos filiados na USS reivindicam até 3% de aumentos, para compensar a inflação, amortecer socialmente a constante subida dos prémios do seguro de saúde e para garantir um aumento de salário real.

O poder de compra dos trabalhadores e das trabalhadoras continua sob pressão. É verdade que, depois de anos com fortes perdas do poder de compra, a inflação baixou. Mas as rendas de casa continuam a subir e os prémios do seguro de saúde sobrecarregam excessivamente as famílias. Estas pagam hoje, em média, mais de 1100 francos ao mês em prémios e a tendência é para que isto continue a subir. Os empregadores têm, por isso, de assumir mais responsabilidades relativamente às despesas com a saúde.

Demasiados salários baixos – mesmo para pessoas com formação profissional

É preocupante que cerca de um terço dos trabalhadores e trabalhadoras com formação profissional ganhem menos de 5000 francos ao mês. Este tipo de salários afasta jovens da realização de uma aprendizagem ou de continuarem na profissão que aprenderam, contribuindo, assim, para a falta de mão-de-obra qualificada. Uma aprendizagem tem de valer a pena.

Na conferência de imprensa sobre os salários, o presidente da USS, Pierre-Yves Maillard afirmou: «A USS exige aumentos salariais de 2 a 2,5% para 2026. Para garantir o poder de compra, para compensar o aumento da produtividade e para minimizar as perdas dos últimos anos.» A presidente do Unia, Vania Alleva, frisou: «Nem uma formação profissional é garantia para bons salários. Muitas pessoas que fizeram uma aprendizagem e têm experiência ganham menos de 5000 francos. Trabalhadores e trabalhadoras com uma formação profissional necessitam, finalmente, de pelo menos 5000 francos ao mês.»