Migração
Entrevista

Igualdade de oportunidades para todos!

- Imran Sariaslan
Hilmi Gashi vor einer Bücherwand

Na Suíça, como em muitos outros países, há uma grande falta de mão de obra qualificada. Por isso, o Instituo Politécnico de Zurique realizou um colóquio relativo à escassez de mão de obra qualificada e à migração. O Horizonte falou com Hilmi Gashi, responsável da secção grupos de interesses do sindicato Unia, sobre o tema.

Hilmi, no colóquio falou-se sobre jovens e migrantes. Quais são, na tua opinião, os maiores desafios que os imigrantes enfrentam no mercado de trabalho suíço?

Um dos maiores desafios é a discriminação estrutural que muitos imigrantes enfrentam, desde obstáculos de acesso aos empregos, até aos obstáculos no trabalho e para as suas carreiras. Infelizmente, muitos empregadores adotam uma abordagem que não tem em conta as competências e a experiência dos candidatos, centrando-se antes naquilo que estes possivelmente ainda não conseguem fazer. Rosita Fibbi, da Universidade de Neuchâtel, resumiu-o na perfeição quando falou de uma "hierarquia de origem". Consoante o país de origem, pode ser mais ou menos difícil encontrar um emprego qualificado.

Que medidas concretas foram sugeridas no colóquio para fazer face a estes desafios e melhorar a integração dos imigrantes?

Foram discutidas várias medidas destinadas a promover a igualdade de participação dos imigrantes e a ultrapassar a sua discriminação no mercado de trabalho. Isto inclui a eliminação de obstáculos estruturais, tanto de natureza jurídica como social. É importante que as qualificações, competências e experiência dos imigrantes sejam reconhecidas e incentivadas. É necessária uma desburocratização no reconhecimento de diplomas estrangeiros. E é importante incluir estas qualificações nos contratos coletivos de trabalho. Para que elas sejam relevantes em matéria de salários e representem um obstáculo a menos para uma carreira futura.

Porque é que achas importante que os jovens recebam melhores apoios na escolha da profissão e durante a sua formação?

Os jovens desempenham um papel fundamental na resolução do problema da escassez de mão de obra qualificada, mas muitos optam por não fazer uma aprendizagem ou seguir uma profissão específica devido a más condições salariais e de trabalho. É urgente valorizar mais os jovens, por exemplo, oferecendo-lhes salários mais atrativos. A aprendizagem deve também ser encarada como uma aprendizagem e não apenas como um trabalho puramente produtivo. Os jovens têm de ser apoiados durante a sua formação para que possam desenvolver todo o seu potencial. Mas também têm de ser protegidos contra a exploração, o assédio moral e sexual. A saúde e segurança no trabalho têm um papel muito importante nesta idade.

Que papel desempenha o Unia relativamente a medidas concretas para a integração dos migrantes e para melhorar a situação dos jovens.?

O Unia desempenha um papel decisivo na defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores, independentemente da sua origem. Empenhamo-nos ativamente na luta contra o racismo, assédio sexual e bullying no emprego. Também lutamos para garantir que os migrantes tenham melhores oportunidades de integração e que o seu potencial seja reconhecido e incentivado numa fase inicial. Através do nosso trabalho, tentamos alcançar um mundo de trabalho inclusivo e equitativo, em que todos tenham as mesmas oportunidades, independentemente da sua origem.